sábado, 20 de agosto de 2016

CONCENTRAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL

O BRASIL  é um dos líderes de concentração de terra do mundo. Os dados são impressionantes, pois enquanto há quase 5 milhões de famílias sem um pedaço de terra pra viver, 69 mil grandes propriedades  distribuídas em 228 milhões de hectares improdutivos estão espalhadas pelo país. Para se ter uma ideia, uma área como do tamanho dos estados de São Paulo e o Paraná juntos, estão nas mãos de 300 proprietários. Nosso caso é tão grave que o maior latifúndio do mundo encontra-se aqui, isto mesmo, uma área de 4,7 milhões de hectares é reclamada pelo Sr. Cecílio do Rego Almeida, empresário, o tamanho da suposta propriedade é maior que o Estado do Sergipe, fica no Pará. 
A história fundiária do Brasil remonta os processos de colonização, capitanias hereditárias, sesmarias, leis de terra, o Estatuto da Terra em 1964 que só fez aumentar a concentração. Dessa forma só havia uma maneira de ter acesso a terra nesse país, pela concessão do imperador e após a independência, pela concessão do Estado. Os chamados aforamentos eram práticas de conceder terras públicas municipais ou estaduais a indivíduos civis, claro pobre não estava na lista do aforamentos, quando estavam, eram áreas ruins. 
O Brasil é o país da grilagem de terra, da pistolagem, da opressão ao trabalhador rural. A reforma agrária, nunca efetuada de fato neste país, foi uma das causas fundamentais para a deposição de Jango. Somos o país do latifúndio, as grandes propriedades tiveram em 2010 um crescimento de 48% contra 19% das pequenas propriedades, sendo que 70% das grandes propriedades são terras improdutivas. A agricultura familiar está cada vez mais condenada a um triste capítulo de nossa história rural, o agronegócio ocupa 75% das terras, recebe mais investimentos do governo, mais emprega menos pessoas por hectare que a agricultura familiar. Enquanto não houver justiça social no direito a terra, jamais a cidadania do brasileiro será plena. 

Jonatas Carvalho

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

VISITA AO POÇO DE PEDRA QUILOMBO BAHIA FORMOSA

Na última terça (02/08), fui visitar o povo do quilombo da Bahia Formosa, em Búzios. Uma área de da cidade que os turistas milionários que passeiam na Rua das Pedras, que visitam o monumento Brigitte Bardot, não imaginam que exista. Lugar esquecido pelos governantes há séculos, um povo que ainda paga o preço pela herança da escravidão, nem por isso esse povo deixa de sorrir. Fizemos uma expedição ao poço de pedra, um fenômeno geológico. O dia foi exaustivo e profundamente prazeroso. A equipe composta por minhas duas colegas Iony Carla e Daniele Gomes que fizeram o registro fotográfico do lugar, Angelita geóloga, meus queridos amigos quilombolas, Beth, Joil e Pepe. Obrigado pela riquíssima companhia. 
O quilombo da Bahia Formosa, apesar de ser em Búzios, tem sua origem na Fazenda Campos Novos, assim como Maria Joaquina (uma parte também é em Búzios), Preto Forro, Maria Romana e Botafogo (uma parte é em São Pedro da Aldeia). Abaixo o registro fotográfico de Iony Carla nossa incansável fotógrafa. 

Jonatas com  o amigo Joil 

Equipe iniciando a caminhada ao poço de pedra. 

Joil nosso mateiro

Beth por trás desse sorriso acanhado há uma guerreira

Pepe desbravador






O Poço de Pedra.

Eu me aventurando como fotógrafo.

Muitos desafios no caminho


Iony nossa fotógrafa sempre com sua lente aberta


Tensão um descuido e o equipamento molhará
Daniele nossa fotógrafa, Pede e Joil 

Angelta e Iony 




















OLHARES E LENTES SOBRE CAMPOS NOVOS

ESTA SEMANA RECEBI DUAS PESSOAS MUITO ESPECIAIS NA FAZENDA CAMPOS NOVOS. ABAIXO, O RESULTADO DA VISITA, OLHARES E LENTES DE IONY CARLA E DANIELE GOMES, NÃO CABE COMENTÁRIOS É MELHOR VER. 












segunda-feira, 18 de julho de 2016

OBSERVATÓRIO DE BÚZIOS REALIZA GRAVAÇÕES NA FAZENDA CAMPOS NOVOS

Na última quarta feira (13/07), o Projeto de Educação Ambiental Observação, sobre a gestão do IBAMA e da PETRORIO realizou uma gravação para um curta sobre a questão dos Quilombos de Búzios, sobretudo sobre o de Bahia Formosa. O historiador e pesquisador da CNPq no Projeto Espaço Darwin, Jonatas Carvalho,  participou das gravações, abordando a questão do negro escravizado nas terras da Fazenda, suas contribuições para o desenvolvimento da região, a formação dos quilombos em Cabo Frio e o período pós escravidão. "Aqueles que ficaram, tiveram que lutar muito para continuar nas terras em que viviam já há gerações. Muitos foram expulsos, até a década de 1980 a questão da terra ainda era um problema sério na região, os conflitos reduziram após a desapropriação da Fazenda Campos Novos, mas a questão da terra é um problema que insiste em permanecer." disse o historiador. 

Jonatas Carvalho em almoço com um grupo da Associação do quilombo de Bahia Formosa. 

quinta-feira, 16 de junho de 2016

MEMÓRIAS DA ESCRAVIDÃO EM MARIA JOAQUINA

O relato abaixo de Dona Uia, a quem já entrevistei há alguns anos, é a memória dos tempos de escravidão na região, nas terras da Fazenda Campos Novos, mas também é uma referência da existência de quilombos na região. 


A memória que ecoa da voz da população repete: “aqui na Rasa já foi um quilombo, aqueles que conseguiam fugir dos navios ou das fazendas ficavam aqui e se alimentavam do que o mangue e a praia ofereciam pra eles”. Nas palavras de D. Uia: 


"A minha avó foi criada nas costas da minha bisavó amarrada no lençol pra limpar campo de boi e pra trabalhar no café, porque aqui era plantação de café e banana, quer dizer, eles colhiam tudo, ia pra fazendinha, empalhavam tudo ali, ensacavam, pra poder o navio encostar em São José, num porto, porque tem um porto ali. Quer dizer que o desembarque era na Ponta do Pai Vitório e o embarque do que os negros plantavam era em São José. É uma história viva, só que os mais velhos não queriam falar, era tanto sofrimento que eles não tocavam, só que a minha avó e a minha bisavó falavam, a minha bisavó era toda cortada de chicote ela apanhava na fazenda Piraúna onde eles moravam, ali mesmo comia, ali mesmo dormia. A minha avó falava que não existia prato, não existia colher, que eles lavravam uma madeira larga, grossa, boa, lavavam essa madeira e aqueles tachos de comida que eram cozinhado era jogado ali naquele cocho e era colocada a farinha ali e quando eles matavam porco ganhavam a cabeça, as tripas e colocava tudo ali e ali mesmo todo mundo metia a mão e comia todo mundo junto, as crianças e os adultos e ainda tem gente que vem dizer que aqui não tinha escravo, não tinha quilombo."


Extraído de: Entre o passado e o presente, entre História e memória: a Rasa e seus entre-lugares Brena Costa de Almeida. Revista Escrita da História - Ano II – vol. 2, n. 4, set./dez. 2015
Imagem: Jornal Folha de Búzios - 22-02-2013.



JONATAS C.DE CARVALHO
Mestre em História (UERJ)
Pesquisador em Extensão No País - CNPq
Projeto Espaço Darwin - Fazenda Campos Novos - Cabo Frio.
TEL. 24 - 98818 7658 / 21 - 973973974

segunda-feira, 23 de maio de 2016

TAMOIOS; A CONSTITUIÇÃO DO DISTRITO DE CABO FRIO

Venho me debruçando há alguns anos nas minhas pesquisas a uma questão; o isolamento político-social do Distrito de Tamoios em ralação ao 1º Distrito de Cabo Frio. Esse "problema" surgiu há alguns anos em meio a uma série de leituras bibliográficas e de fontes primárias que eu buscava para responder outras perguntas. Desde que iniciei minhas pesquisas me perguntava sobre o desconhecimento dos moradores do centro de Cabo Frio sobre o Tamoios. Percebi que o 2º Distrito mal aparecia na vida social dos citadinos, não aparecia nos jornais, nos programas locais, blogs, redes sociais, e muito pouco nos discursos políticos. Me surpreendia sempre que entrava em uma repartição pública e perguntava aos servidores se conheciam a Fazenda Campos Novos, a resposta geralmente era não, alguns diziam que sabiam da sua existência, mas não conheciam pessoalmente. Uma fez coloquei o nome da Fazenda no Google e tudo que apareceu foi um texto do Márcio Werneck que escreveu um texto sobre ela nos anos de 1980.

Me lembro de há uns anos ter perguntado ao Warley, filho de Wolney Teixeira, fotógrafo que eternizou diversas imagens da cidade em preto e branco, se seu pai teria fotografado a Fazenda Campos Novos. Inicialmente me disse que não lembrava de ter visto qualquer foto da Fazenda, mas disse que pesquisaria e me falaria depois, alguns dias depois me confirmou que não havia fotos de lá, perguntei se ele sabia porque seu pai não fotografou a Fazenda, ele me disse que não fazia ideia. Fiquei me perguntando como um fotógrafo como Wolney não fotografou a Campos Novos? Se a Fazenda era um estabelecimento tão especial assim, como nunca chamou a atenção do fotógrafo? E por que os ricos donos da Fazenda não o convidou para fotografar seus festejos, cerimônias e comemorações? As missas na capela da Fazenda no dia 31 de julho em celebração a Santo Inácio de Loyola quem registrou esses momentos tão sagrados?

Foi a partir dai que me dei conta que esse isolamento era histórico, o povo do 1º Distrito pouco sabia o que acontecia do outro lado canal, mas por que? Não existe uma resposta simples para essa questão. Em primeiro lugar é preciso voltar a um passado mais longínquo e verificar como o município se constituiu. Cabo Frio ao longo dos séculos XVII, XVIII e até os meados do XIX era uma enorme região abrangendo os atuais municípios de Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Armação dos Búzios, e Arraial do Cabo. A maioria dessas freguesias só se emanciparam ao longo da segunda metade do século XIX. Para se ter uma ideia em 1911 Cabo Frio tinha a seguinte formação administrativa; Cabo Frio e Araçá. Em 1924 foram criados os distritos de Arraial do Cabo e Saco Fora anexados ao município de Cabo Frio. Em 1938 o distrito de Saco Fora passou a chamar-se de Armação do Búzios e o distrito de Araçá passou a ser chamado de Campos Novos. Em 1943 o distrito de Campos Novos recebeu o nome de Tamoios e Cabo Frio passou a ser constituído de quatro distritos; Cabo Frio, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e Tamoios. O atual 2º distrito, portanto, foi por muitos anos o 4º distrito. Mas isso explicaria o isolamento? Eu diria que apenas em parte, uma vez que os distritos de Arraial e Búzios eram de certa forma prioridade na administração publica. 

A região de Tamoios só passou a ser valorizada do ponto de vista da urbanização após a construção da Rodovia 106, entre 1945 e 1950, tornando-se a segunda maior rodovia do Estado do Rio de Janeiro e que recebeu o nome do governador responsável pela obra, Amaral Peixoto. O distrito de Tamoios se desenvolveu, portanto, com pouquíssimas relações com o distrito central, a Fazenda Campos Novos foi durante dois séculos, junto com Aldeia dos Índios de São Pedro, o centro da vida social de uma comunidade que se alastrou até a reta da barra do rio São João que se unia ao desenvolvimento que vinha de Macaé. O desenvolvimento da região deu-se assim, com um grande isolamento entre Tamoios e o 1º Distrito, ao longo do século XIX e XX as terras são ocupadas por trabalhadores rurais, muitos vindo de Campos dos Goitacases e da região metropolitana do Rio de Janeiro. A população que começa a se formar na região, desta forma, não é identificada com a elite que mora e governa a cidade.

Ao analisar a documentação da Câmara dos Vereadores entre os anos de 1940 e 1960, por exemplo, esse isolamento fica muito claro, uma vez que o distrito de Tamoios não aparece nas discussões da casa. A grande maioria dos debates entre os vereadores giram em torno dos aforamentos de terras (doações de terras públicas), das disputas partidárias, dos conflitos entre executivo e legislativo e da salvaguarda dos bons costumes, da lei e da ordem pública. Não é possível observar um projeto de desenvolvimento abrangendo todos os distritos, com exceções encontrei um vereador queixando-se do abandono neste ou naquele distrito. Esses distritos acabaram assim crescendo conforme a vontade dos seus coronéis locais. 

Tamoios, me parece só começou a receber atenção após a lei de 1997 que aumentou a participação dos royalties de petróleo aos municípios para 5%, ainda assim, Tamoios continuou por anos aquém do projeto de desenvolvimento urbano de Cabo Frio e ainda é. A região que teve boa parte de suas terras (que outrora pertenceram a Fazenda Campos Novos) desapropriadas pelo INCRA para fins de reforma agrária, viu a especulação imobiliária promover um crescimento desordenado, sem infraestrutura bairros e mais bairros foram surgindo com o mínimo de planejamento. A situação de abandono do distrito serviu de justificativa para um projeto emancipador, o futuro do atual 2º distrito ainda é incerto.

Jonatas Carvalho 
Pesquisador CNPq e historiador na Fazenda Campos Novos.




terça-feira, 5 de abril de 2016

FAZENDA CAMPOS NOVOS APARECE EM RELATÓRIO DA COMISSÃO DA VERDADE.

O documento CONFLITOS POR TERRA E REPRESSÃO NO CAMPO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (1946-1988), teve seu relatório final entregue a Comissão Nacional da Verdade. Envolvendo diversos pesquisadores e uma ampla área de pesquisa, o relatório de mais de 900 páginas, coordenado por  Leonilde Servolo de Medeiros (CPDA/UFRRJ), reuni uma série de trabalhos que tratam da repressão sofrida no campo e os conflitos de terra, sobretudo, durante a ditadura militar. 
Todas as regiões do Estado do Rio de Janeiro foram contempladas com trabalhos de pesquisa primorosos. A equipe de pesquisadores utilizou diversas fontes para seu trabalho: bibliográficas, documentais, imprensa e entrevistas. Sobre a Fazenda Campos Novos o belíssimo trabalho efetuado pelos pesquisadores Aline Borghoff Maia e Fabrício Teló, ambos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), é muito bem documentado, além de conter diversas entrevistas, portanto é um texto de história e memória sobre Campos Novos.
Me recordo quando me sentei pra almoçar à beira da estrada em frente a Fazenda com os dois jovens pesquisadores, seus semblantes mudavam a cada revelação que eu fazia. Todavia apesar dos agradecimentos prestados, minha contribuição foi muito pequena e relação ao grande documento que escreveram. 
Para quem quiser ler o documento, deverá baixar o arquivo todo, o capítulo que tratada da Fazenda é o seis e chama-se: Conflitos fundiários, repressão e resistência camponesa na Baixada Litorânea: o caso da Fazenda Campos Novos. 

Acesse o documento aqui:


terça-feira, 8 de março de 2016

PESQUISADORES ALEMÃES VISITAM A FAZENDA CAMPOS NOVOS

As pesquisas realizadas pelo projeto ESPAÇO CHARLES DARWIN, financiado pelo CNPq, ao longo dos últimos anos vem rendendo algumas boas parcerias. A mais recente, aconteceu através da Embrapa Solos, o Instituto Leibniz de Engenharia Agrícola Potsdam e a Universidade Carl Von Ossietzky de Oldenburg, cooperação técnica fomentada pelo edital bilateral – Faperj – DFG, Também estavam presentes pesquisadores das Universidade de Bayreuth, Universidade de Halle e Universidade de Rostock. Esta parceria visou a realização de estudos sobre alguns sambaquis na região do litoral fluminense, dentre estes o sambaqui da Fazenda Campos Novos. O objetivo é analisar os solos modificados pelo homem, chamado de ANTROSOLOS, ou como também é conhecido; Terra Preta. Sob a coordenação do pesquisador da Embrapa Wenceslau Teixeira, pesquisadores alemães e brasileiros participaram de um WORKSHOP na cidade do Rio de Janeiro na sede da EMBRAPA-SOLOS. O evento fora realizado entre os dias 29 de fevereiro e 4 de março. No dia 4 de março os pesquisadores estiveram pela manhã na Fazenda Campos Novos onde foram recepcionados pelo historiador Jonatas Carvalho e a estagiária de turismo Iony Valadares, e participaram de uma aula de campo sobre a história do desenvolvimento da região e da Fazenda Campos Novos.

Abaixo algumas imagens da visita guiada  com a palestra do historiador Jonatas Carvalho, tradução simultânea de Wenceslau Teixeira e fotos de Iony Valadares. Nosso agradecimento ao historiador Paulo Roberto pelas significativas contribuições ao longo da aula de campo e ao Faustino Júnior Coordenador de Agricultura do Município. 















terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A Companhia Nacional de Loteamentos e a Fazenda Campos Novos

 Ao longo dos seus mais de trezentos anos de história, as terras da Fazenda Campos Novos passou por anexações de outras áreas, assim como por desmembramentos. No século XIX com os processos de desmembramentos implementados pelo Padre Joaquim Gonçalves Porto, diversas áreas da terras da Fazenda foram vendidas a outros particulares, dentre estes, o ilustre José Gonçalves (traficante de escravos) que comprou a Fazenda da Bahia Formosa (Búzios).
Mas seria no anos de 1955 com a criação da Companhia Nacional de Loteamentos que esses desmembramentos ocorreriam mais agressivamente. Conforme os dados divulgados pela Companhia Agrícola Campos Novos em 1955 a Fazenda era do tamanho de 2 mil alqueires. Um alqueire no Rio de Janeiro correspondia a 48.400m², logo, seria essa medida multiplicada por 2 mil, o que daria quase um milhão de metros quadrados de terra. 
O proprietário da Fazenda na ocasião era o Sr. Antonino Paterno Castello, também conhecido como o Marquês, seu grande problema para seguir com o projeto de lotear suas terras era justamente as moradias de colonos que nelas viviam por anos. Os jornais da época estão cheios de denúncias de despejos ordenadas pelo Marquês. Em um dos casos chegaram a incendiar as casas para não haver riscos dos moradores voltarem após serem expulsos e evidentemente não deixar vestígios de que alguém um dia residiu naquele pedaço de chão.  
As ações em Campos Novos permitiu que a Companhia Nacional de Loteamentos lançasse em novembro de 1955 seu primeiro plano de ação, o projeto colocava à disposição 240 mil lotes de terras na Fazenda Campos Novos. 


Anúncios como esses foram publicados em todos os jornais do país. A imagem acima é do Jornal Última Hora de 28 de novembro de 1955. 
Ainda não foi possível avaliar o resultado da campanha de vendas da CNL, muito menos o resultado das vedas na Fazenda, todavia, sabemos que foi a partir daí que uma forte especulação deu-se na região e nunca mais cessou. 

Jonatas Carvalho 
Historiador e pesquisador bolsista pelo CNPq na Fazenda Campos Novos