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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O Naufrágio da Polaca Brasileira Maria e a Fazenda Campos Novos

Em 1855 uma polaca brasileira de nome Maria naufragou nas águas próxima da Fazenda Campos Novos. Os passageiros publicaram uma nota de agradecimento no Correio Mercantil.  


Transcrição: Nós abaixo assinados, como passageiros naufragos da polaca Brasileira  Maria, gratos aos llmos Srs. Rev. Joaquim Gonçalves Porto, e Antônio Gonçalves Porto de Campos Novos, e ao Vice-consul portuguez de Cabo-Frio, e Antonio José Bastos; Agradecemos aos Ilms Srs. a grande proteção e caridade que nos receberão e obsequiarão. Rio de Janeiro 8 de janeiro de 1855 - Antonio Rodrigues Alvenaz - José Theodosio da Silveira - David Sarraf.


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Ouro encontrado na Fazenda Campos Novos – 1904.


Nota: Em 1904 o Correio da Manhã iniciou uma série de matérias intituladas “Subterraneos no Rio de Janeiro”, os artigos faziam parte de várias pesquisas e escavações feitas aos prédios históricos da Cidade, assim como das histórias de achados e descobertas em outros municípios do Estado. O Dr. Rocha Leão que assinava as colunas com o pseudônimo de Leo Junior era o autor dos textos.  Transcrevo aqui uma história sobre a Fazenda Campos Novos publicado em 28 de Março de 1904.

Jonatas Carvalho – Mestre em História – Pesquisador da Fazenda Campos Novos.



Subterraneos no Rio de Janeiro
Segredos de Santa cruz Itaguahy e Campos Novos - Uma fortuna enterrada no terreno.


Na Fazenda Campos Novos, havia no terreiro, como quasi em todas as fazendas e engenhos, um mourão ou esteio com argolas, onde se prendiam os animaes, ou para curar-se, ou quando eram de algum individuo que chegava. Também servia para amarrar o infeliz escravo, que tinha de ser açoitado.
De ordinário, esses páos eram grossos, e, quando muito, da altura de um homem. O da Fazenda Campos Novos tinha pelo menos dezoito palmos de altura e no cimo havia umas letras feitas a fogo.  Ninguem tinha reparado nisso durante muitos annos.
Um dos filhos do novo dono da casa, que andava estudando, notando isso perguntou ao pai a razão de ser esse mourão tão alto, e conter letras feitas a fogo.
– Ora meu filho eu lá sei, os donos eram frades, talvez seja um sinal particular.
– Eu vou examinar papae.
– Deixa-te disso, podes dar alguma queda.
– Eu ponho ali uma escada, mando o Sérgio primeiro subir e amarral-a, depois subo e vejo o que é.
– Vê lá se vaes cahir.
O moço subiu e pôde ler o seguinte: DIA DE SÃO JOÃO AO MEIO DIA, CABEÇA DE PÁU.
Desceu e foi mostrar ao pae a copia a lapis do que estava aberto em letras de imprensa todas maiusculas.
– Isso meu filho, ou é algum enigma, ou ardil dos padres, para iludir aos outros.
– Papae. Eu vou decifrar o enigma. Olhe veja a sombra do páu onde vai ter. Vou tomar nota. Em dia de São João há de estar distante da de hoje não é?
– Decerto, respondeu o pai.
– Pois dia de São João eu hei de ver que direcção tem tal sombra.
Passaram-se dois mezes.  Na ante-vespera de São João, o moço chegou para passar a festa com a família e a primeira coisa que fez, depois de estar com os seus e attender aos parentes e as pessoas de amisade, que iam passar estas noites de fogueira e festejos, foi examinar a sombra do páu.
Estava ela um metro mais adeante.
– Bem, disse ele consigo.  Amanhã São João hade permittir que eu decifre este mistério.
No dia seguinte, depois do almoço, o moço conduz escravos armados de enxadas e picaretas, esperou deante da família e visitas que enchiam a varanda, pela primeira badalada do meio-dia e assim que ella soou caíram as picaretas na terra dura, no logar em que a cabeça do páu projetava sua sobre symbolica. 
Trabalhou-se com ardor; às duas horas haviam aberto uma cova de 12 palmos de fundo e seis de largo.
Começou a vir terra humida. Às tres horas a picareta bateu em ferro.
– A picareta bateu em ferro. Gritou da cova um dos escravos.
– Cava com geito. O que primeiro apresentar um objeto de valor está forro e ganha uma gorjeta, disse o senhor moço. Quasi todas as pessoas que estavam na varanda, vieram colocar-se em torno da cova.
A terra subia por cestos içados por corda e moitão.       
Meia hora depois gritaram os tres escravos:
– Uma panella de ferro senhor moço!
– Tem tampo? Perguntou o moço com voz trêmula.
– Tem sim, senhor. Mas está soldada.
– Iça pra cá. Respondeu o moço. 
Minutos depois o cesto, que trazia a terra, trouxe uma panella de meio palmo de diâmetro e meio de alto, de ferro fundido com tres pequenos pés.
– Coloca-a aqui. Diz o moço. Tem mais?
– Nós vemos mais tres. Responderam.
– Toca a cacal-as dahi; anda rapazes; si for ouro vocês estão todos forros. 
Os escravos cantavam dentro da cova e as pessoas que rodeavam o moço estavam ansiosas por saber o que continha a panella.
– Esperem meus caros, tenham paciencia, eu esperei mais de dois mezes. Depois que na cova não houver mais nada, levamos tudo lá pra dentro e abriremos todas.
– Si fôr ouro, nhônhô, disse uma menina ao irmão, você tem que me dar um piano.
– Dou-te tudo maninha. 
A menina bateu palmas e disse: Viva S. João, nhônhô vae dar-me um piano!
A’s 4 horas da tarde estavam fora da cova seis panellas, quatro grandes e duas eguaes á primeira.
Retirando todo o ouro contido nessas panellas, verificou-se que havia moédas de todas as especies: portuguezas, onças espanholas, barras de ouro, e muitos brilhantes, grandes alguns, sem serem lapidados, tudo no valor de seiscentos contos, dando o valor de quatro mil réis á oitava de ouro.
– Papae, tome conta deste dinheiro. O que havemos de fazer delle?  
– Meu filho, respondeu o pae, já que São João permittiu que achasse essa fortuna, dir-te-ei que o ouro só tem um grande valor, quando nas mãos da virtude: socorrer os infelizes.
– Papae, o que o senhor fizer está feito. A festa na Fazenda Campos Novos, durou uma semana, e todos os hospedes tiveram seu presente, uma moeda, outras mais outros menos. 
      O moço formou-se em direito, casou menos velho e titular.

                                              Por Leo Junior. Correio da Manhã, segunda-feira, 28 de Março de 1904.

     

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Iate Nacional "Campos Novos"

Recentemente descobrimos um novo proprietário da Fazenda Campos Novos, Cel. Antônio Miguel de Azevedo Silva, o mesmo esteve a frente da propriedade entre 1910 e 1930 (aproximadamente). Esta semana encontramos uma nota no Jornal Gazeta de Notícias de 1919 que indica que o Coronel também possuía uma embarcação chamada "Iate Nacional Campos Novos" que levava cal de Cabo Frio ao Porto do Rio de Janeiro.  

sábado, 10 de agosto de 2013

Passagem da Princesa Isabel e Conde D'eu na Fazenda Campos Novos. 1847


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Novas Revelações sobre Campos Novos

Encontrei uma interferência feita na Capela Santo Inácio de Loyola, uma nota pequena no Jornal A União de de 7 de Janeiro de 1917. Onde se lê: Uma restauração. Veja abaixo:
O que é mais fantástico é que o documento revela um proprietário que até então desconhecíamos: Cel. Antônio Miguel de Azevedo Silva.

Recorte






Jonatas Carvalho
Historiador e Pesquisador da Fazenda Campos Novos.

ESCRAVOS FUGIDOS E A FAZENDA CAMPOS NOVOS

Diário do Rio de Janeiro - 1845

Diário do Rio de Janeiro - 1841